quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Imagem: Acidente nuclear de Chernobil, Ucrânia, 26 de Abril de 1986.

Se hoje estragos são imensos e os mortos se contam às centenas, não tardará o dia em que os flagelados e os mortos totalizarão milhões. Somos incapazes de aprender com nossos erros. As advertências sempre mais dramáticas da Natureza de nada valem. Insistimos no consumo de nosso futuro.
O homem moderno desmonta e degrada sistematicamente a Ecosfera, isto é, a grande unidade funcional do Caudal da Vida. Não somente estraga, uma a uma, as peças da engrenagem, mas ainda joga areia no mecanismo, dificultando seu funcionamento e preparando o colapso.
Está claro que a espécie humana não poderá continuar por muito tempo com a sua cegueira ambiental e com sua falta de escrúpulos na exploração da Natureza. Tudo tem seu preço, e, quanto maior o abuso, maior será o preço.
Devemos compreender que a Ecosfera é uma unidade funcional onde todas as peças são complementares de todas as demais. Não podemos causar danos apenas locais. Tudo está ligado com tudo.
À medida que explode a população, implode a capacidade de manutenção desta população.
Se destruirmos os oceanos, acabaremos destruindo a nós mesmos.

Texto: José A. Lutzenberger - Livro “Do Jardim ao Poder”.
Imagem: Acidente nuclear de Chernobil, Ucrânia, 26 de Abril de 1986.